(Imagem: Romero Britto)



A essa altura do ano os encontros se multiplicam compulsivamente, se é que podemos classificar esses agrupamentos de pessoas de “encontros”, uma vez que mais parecem ajuntamentos forçosos pela conveniência de datas tradicionalmente reconhecidas como o Natal e o Ano Novo. Encontros precisam ser espontâneos, verdadeiramente amigáveis e alegres. Quando se impõe, exige e força um encontro, não flui como deveria ser, de um modo criativo, surpreendente e generoso.
Encontros são encontros, simplesmente, inclassificáveis e obedece, na minha opinião, à ordem do por vir, do vir a ser de Heráclito de Éfeso. Temos encontros diários e permanentemente.
Penso que quanto mais nos enfadamos das festas, reuniões ou até mesmo desses rituais de fim de ano, mais e mais necessitamos, ficamos sedentos e desejosos de verdadeiros encontros, semelhantes aos que costumamos experimentar em família, entre amigos, num aniversário surpresa, num jantar imprevisto, em circunstâncias criadas naturalmente, onde as pessoas vão chegando, chegando e a atmosfera do encontro vai se constituindo cheia de alegria e gratidão. Não dá mais para suportar encontros produzidos, superficiais, monótonos e sem imprevisibilidade. Quanto mais o tempo passa, os anos se vão e a bagagem da vida aumenta, aí é que precisamos de encontros assim.
A alegria é fruto de um bom encontro carregado de afetos bons. Por isso que volta e meia dizemos que um bom encontro é cheio de vida e alegria, de “afecções” dessa natureza. Estamos alegres quando nos sentimos afetados por pessoas alegres que vão aumentar em nós essa potência. Era justamente isso que entendia Spinoza, filósofo holandês do séc. XVII, sobre os bons e maus encontros. Para ele, é da nossa natureza afetar e ser afetado por outros, de modo que a vida é uma intensa possibilidade de encontros.
Só que um encontro alegre se traduz em conquistar, por menor que seja, um pedaço daquele ambiente, daquele encontro, entrar nele, sentir-se parte dele, assumi-lo. Seria o encontro comigo dentro. Ele me preenche e eu o preencho. Eis a alegria!
Por sua vez, o mau encontro se dá na medida em que os afetos não se combinam, diminuindo sua potência de ser. Aí vem a tristeza que surge da separação de uma potência que não me integra, não me preenche, não me põe dentro do encontro. Eis a tristeza!
Algumas vezes, é certo, não depende de nós mudar os encontros, nem sempre temos o poder de mudar as ações, de influenciar, as circunstâncias não nos permitem, as condições menos ainda, enfim. Porém, agir é sempre bom, é interessante agir diferente, criar novas ações neste Natal e Ano novo, abrir-se a experiências novas e inusitadas de encontros parece ser uma tentativa bastante louvável para quem deseja encontros alegres com afetos que se combinem, se completem.
Espero que todos procurem bons encontros, encontros alegres, neste Natal e fim de Ano.

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Bel. em Teologia, Bel. e Licenciado em Filosofia, Esp. em Metafísica, Esp. em Estudos Clássicos.

















  “Todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação” Hc 3:18


Quando o profeta Habacuque faz esse propósito de viver em alegria, estava a contemplar os campos sem frutos, os currais vazios, o chão árido e  seus irmãos a gemer de fome.  Apenas alguém que vive através da fé pode ser conduzido a esse estado de esperança e ânimo, mesmo em meio às piores circunstâncias.

A alegria da confissão de Habacuque, no grego é “Gil”, sugere “bailar de alegria” ou “saltar”, no original significa: "rodopiar em redor com movimentos intensos”. Foi exatamente isso que fez o Rei Davi em 2 Sm 6:16; "E sucedeu que, entrando a arca do Senhor na cidade de Davi, Mical, a filha de Saul estava olhando pela janela e viu que Davi ia saltando e girando acrobaticamente..." O Rei estava se alegrando no Senhor.

Alguma vez você foi movido a dançar para o Senhor em meio a um campo devastado? Agradeceu a chuva e a colheita que estaria por vir? Pode ser que alguém o chame de louco por isso, mas foi o que Habacuque ousou fazer.

No Evangelho de João também está escrito: “Abraão alegrou-se por ver o dia do Senhor” Jo 8:56. Ou seja, Abraão dançou intensamente após receber a promessa de um herdeiro que por sinal se chamaria: Isaque ou “riso”: “E chamou Abraão o nome de seu filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, Isaque”. Gn 21:3.  A esterilidade de Sara resultou em riso para o casal.  Mas não foi em vão, foi através da fé . Abraão sorriu em meio à sequidão: - "Sara, vamos ter um filho, ele se chamara riso."


"Sabei, pois que os que são da fé são filhos de Abraão” Gl 3:7.

Sou grata a Deus por todas as vezes que Ele me fez sorrir nas adversidades. Quando pude ouvir a voz suave do Espírito Santo contrastando com o turbilhão de vozes negativas. O mundo é assim, uma marcha solene sob o jugo da escravidão, cuja melodia impõe medo, dúvidas, desilusões e morte. Um a um cambaleia rumo a um destino desprovido de graça.

Mas a voz de Deus nos convida a se alegrar, dançar como Habacuque, Davi  e Abraão embalados pela fé, pela certeza do que olhos, ouvidos e mãos alcançarão trazendo a existência, as coisas que não são como se já fossem Rm 4:17. Que assim seja para você, amado leitor. Que através da fé, possas contemplar as promessas do Deus que ama a todos incondicionalmente e que tem por vontade trazer riso, dança , alegria para nossas vidas,  para glória do Seu nome.

Wilma Rejane 
 



Definitivamente, não nos conformamos com a morte. Toda vez que alguém morre sem deixar rastros de explicação, sem deixar motivos para isso, e mesmo que, para alguns, razões ainda possam existir, ela não é o fim, sobretudo, quando se trata de alguém que prestou intensos serviços no ofício da medicina, alguém que passou mais da metade da vida dedicado à arte de devolver a saúde às pessoas, alguém que estava se tornando o que era pelo que fazia: Um pequeno, mas grande homem; Um pequeno, mas enorme coração; Um pequeno, porém gigante Médico.
Repare bem que perdemos um amigo e um Médico de conduta impecável, cujo respeito acompanhava a sua profissão. Tínhamos não só respeito, mas também admiração por ele. Nos instantes mais duros, com problemas de saúde, sabíamos que tinha alguém para nos apoiar, alguém que se importava conosco, alguém que nos entretinha mesmo nos momentos mais duvidosos da nossa existência. Talvez Dr. Aurélio tenha perdido as contas, em quase 40 anos de médico aqui em Florânia, das inúmeras alegrias que proporcionou às pessoas; das incontáveis vidas que ajudou a por no mundo; e de tantas que salvou à beira da morte.
Sim, acredito que deva ser esta a impressão de todos aqueles que passavam diariamente pelas mãos ou pelos cuidados do Médico Dr. Aurélio na Cidade de Florânia, seja para um cumprimento, seja para um conselho ou até mesmo para uma consulta. Era um abnegado por sua profissão que a tinha como vocação. Não correspondia aos apelos da medicina só porque tinha um salário a receber no final do mês, mas porque tinha um compromisso com a vida, com a história das pessoas, tanto é que sabia detalhadamente o histórico de cada um dos seus pacientes, pois fazia questão de conviver com os seus prontuários, conhecia cada palmo dos sentidos vitais de seus pacientes, de modo que estabelecia com eles uma relação de puro compromisso profissional. Não relutava aos pedidos de ajuda nas horas de maior urgência para a população, quando da escassez de médico na cidade. Não murmurava quando sabia que a sua assistência podia fazer a diferença num único e exclusivo momento de socorro. Antes de tudo, era um médico presente e solícito, principalmente nas urgências que chegavam inúmeras vezes a bater a porta da sua casa ou a tocar o telefone.
Não são poucas as vezes que queremos fazer a diferença na vida com algo extraordinário, mas com Dr. Aurélio, simplesmente o rotineiro é que estava sendo absolutamente extraordinário. Sempre desempenhou eficazmente seu papel como principal médico da Cidade de Florânia. E isso é uma unanimidade para todos. Será difícil para o floraniense entrar na Maternidade(APAMI) e não ver mais Dr. Aurélio. Também ir ao Centro de Saúde e lá não poder vê-lo. Até mesmo ao redor da Praça e da Matriz, onde dava suas constantes caminhadas, será difícil passar por lá e não poder vê-lo. Na verdade, será duríssimo para o floraniense conviver com a ausência de Dr. Aurélio.
Resta à vida agora nos dar a saudade não só do homem José Aurélio, mas do Médico, do Professor, do Político, e principalmente, do Amigo, DR. AURÉLIO.
Portanto, a sua gentileza e a sua docilidade fizeram-me lembrar de uma passagem bíblica que diz: “Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos”(Pv. 16.24).


Saudades,


Prof. Jackislandy Meira de M. Silva
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