(Manifesto
em Brasília, DF, fonte: www.noticias.r7.com)
As
várias manifestações populares tomando ruas e praças por todo o Brasil são, na
verdade, um grito de “desengasgo” de que não é mais possível suportar, com
tanta indiferença e tamanha passividade, a má gestão do dinheiro público.
Parece que o povo quer resgatar sua identidade democrática. Estamos ocupando um
lugar que é nosso no cenário político. Um lugar de participação e discussão
para dizer o quanto estamos insatisfeitos com o tratamento que estão dando aos
recursos públicos.
Infelizmente, passamos a metade do ano trabalhando só pra
pagar impostos ao governo. A gente trabalha para manter esse país. Ainda dizem
que o serviço público nesse país é gratuito. Não é tão gratuito assim. Paga-se
por tudo, inclusive por saúde, educação, transportes, lazer, água, luz,
internet, telefone, enfim, e ainda temos que aturar obras superfaturadas,
gastanças com “arenas” de futebol para a copa do mundo, corrupção política,
excessos de regalias para autoridades políticas e outra gama enorme de
injustiças sociais, como baixos salários, vão superando o limite prudencial de
tolerância dos cidadãos ao ponto de causar todo esse estopim.
A população não está querendo só a redução da taxa de
transporte público, mas a condição de poder usufruir melhor os seus direitos.
Além disso, quer saber, com transparência, como está sendo gerido o dinheiro de
tantos e tão altos impostos e por que a condição de vida está piorando.
Curioso, mas o ato de ir às ruas e ocupar as praças
deixou o enorme país bem pequenininho aos olhos de todos, sobretudo, aos olhos
dos políticos, uma vez que as imagens dos protestantes subindo a rampa do Congresso
Nacional em Brasília chamam a atenção pelo simbolismo, pois significa muito. Quem
realmente deve estar no centro do poder democrático? O povo. E outra, as
inúmeras cenas dos manifestantes expressam a seguinte reclamação: Quem nos
representa?
Por mais que alguns cientistas afirmem que essas
manifestações não passem de atos emocionais isolados da população, sem nenhuma
causa maior, no entanto, prefiro esperar um pouco para ter a certeza de que
tudo isso signifique, de fato, aspirações mais amplas e mais profundas de uma
sociedade que, me parece, no dizer do filósofo Luiz Felipe Pondé, “está criando
o hábito de reclamar”.
Prof. Jackislandy Meira de
Medeiros Silva
Bacharel em Teologia,
Licenciado em Filosofia, Especialista em Metafísica e Pós-graduando em Estudos
Clássicos pela UnB/Archai/Unesco.
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