Tão logo me casei e mal me dei conta de que havia em companhia da
minha esposa um cachorro mui amigo da família. Seu nome é
Black(preto). Minha esposa cuidava dele desde seu nascimento, desde
muito pequeno mesmo. Contava-me que, assim que nasceu, era a coisa
mais fofa do mundo, uma espécie de bolinha bem peludinha. A vontade
de qualquer pessoa que o via era só mesmo a de apalpar e cheirar.
Todos queriam abraçá-lo, apertá-lo e fazer carinho nele, inclusive
a família. O cachorro faz parte essencial da família. É um membro
que integra, e ao passar o tempo, faz uma falta danada à família.
Blackinho, como o chamamos, já está conosco há 70 anos no tempo
dele e há 10 anos na idade das contas da gente. É um animal
espertíssimo que, além de proteger a casa e a família, alegra e
contagia o ambiente em que estamos. Ele nos disciplina. Faz-nos
entender que não existe só o nosso mundo, mas também o mundo dele.
É impressionante, mas quando chega a hora de passear, seu relógio
biológico não falha. Começa a latir, a pular em cima de nós, a
cheirar, dando sinais de que está chamando para andar, pois está na
hora. Seu relógio é mais sensível às necessidades do que o nosso.
Queremos controlar tudo, até mesmo o nosso relógio biológico,
imagine o de um cachorro! É aí que entra o aprendizado. Deixamos
tudo e partimos para atender às necessidades do outro, no caso aqui,
o meu companheiro de todas as horas, o meu estimado blackinho.
Aprendemos a não ser tão egoístas.
É engraçado. Dizemos que somos um povo civilizado, educado,
avançado e extremamente inteligente, mas esquecemos ou anestesiamos
a consciência ética de que pertinho de nós tem vida animal
circulando, até porque os animais, quer sejam gatos, cachorros,
aves, etc, são indispensáveis para o equilíbrio ambiental. Se há
animais em nosso meio é um ótimo sinal, pois as esferas de vida
vegetativa, mineral e humana geralmente estão em boas condições de
qualidade de vida. O ecossistema precisa da existência desses seres,
que extinguimos, maltratamos e, muitas vezes ignoramos, para
preservar os recursos naturais à nossa sobrevivência.
É lamentável, mas não entendemos nossos animais! Pouco, muito
pouco sabemos a respeito dos animais, até que um dia passemos a
criar algum ou alguns e logo mudemos nossa maneira, muitas vezes, de
vê-los e aceitá-los em nosso convívio. Já perdi as contas dos
gatos de estimação que criei, tratei e cuidei, tendo que amargar a
dor de perdê-los por envenenamento, simplesmente porque pessoas não
gostam, não aceitam, melhor dizendo, não entendem seus
comportamentos. Animais morrem atropelados, são eliminados todos os
dias com tiros e exterminados. Vocês sabiam que nós somos os únicos
animais que matamos por maldade!?
Inúmeros fatos ocorrem frequentemente em nossas cidades, bairros e
ruas, de pessoas que maltratam sem piedade os animais. Animais
existem para ser protegidos, não sacrificados sem motivo algum, só
porque vivem soltos na rua. Ora, se são sadios, se não ameaçam a
vida de ninguém e são alimentados por moradores, qual a razão para
sacrificá-los? Talvez, isso ocorra por falta de punição à altura
do dano. As pessoas deveriam ser punidas por isso. Quantos de nós
conhecem a Declaração Universal dos Direitos dos Animais pela
UNESCO?
Quem chuta animais por bel-prazer ou joga pedras neles precisa rever
suas ações e princípios. Os animais são criaturas de Deus e têm
uma importância fundamental para o meio ambiente. Segundo a UNESCO,
todos os animais têm o mesmo direito à vida; Todos os animais têm
direito ao respeito e à proteção do homem; Nenhum animal dever ser
maltratado e por aí vai...
Olhem que curioso, no Japão existe um restaurante com uma enorme e
variada quantidade de gatos espalhados por todos os lados. Cada um de
dar gosto de ver e de acariciar. Muito bonitos e bem cuidados. A
maioria dos clientes que vai ao restaurante está interessada em se
divertir e entreter-se com os felinos. Os bichinhos são mimosos,
atenciosos e acalmam o pior dos clientes, que escolhem os gatos de
sua preferência e pagam pelo serviço. A ideia do restaurante, diz o
dono do negócio, é trazer bem-estar, tranquilidade e propor uma
terapia natural aos clientes por meio dos pichanos, enquanto se
servem dos deliciosos pratos da casa. Uma coisa é certa, tudo vem
incluído na conta.
Estaria certo Platão ao afirmar que o homem nada mais é do que “um
bípede sem penas”?!
Prof. Jackislandy Meira
de M. Silva
Bacharel em Teologia,
Licenciado em Filosofia e Especialista em Metafísica
Páginas na net:
Postar um comentário